sábado, 29 de agosto de 2009

Eu e minha mãe na Alemanha!!!!


Estou na Alemanha há 4 dias. ESTOU NA ALEMANHAAAA!!!


Tudo é absolutamente incrível. Tudo funciona. As pessoas são extremamente profissionais e educadas. Somos tratados com extrema civilidade e educação.

Trouxe minha mãe. Ela está encantada...ela fala dos velhos nas ruas..da educação dos cachorros, da sobriedade das pessoas...da limpeza e organização do supermercado, da infinidade de produtos lindos...ela está gostando muito...acho até que ela está animada a fazer outras dessa.


Eu gosto muito do meu país, mas de fato não sei se gosto dele porque ele merece ou simplesmente porque nasci lá. Tento deixar de lado qualquer sentimento bairrista, porque não os quero. Gosto do Brasil, gosto de Salvador...mas acho que gosto, porque lá estão os meus afetos...a minha história. Nem sei se Salvador merece que eu goste tanto dela. Ela me trata mal....o Brasil me trata mal...me desrespeita, me ignora nos meus direitos básicos...Acho que o Brasil não gosta dos brasileiros...


Minha mãe tem um problema com viagens. Para ela viajar significa ir ver a família. Eu nunca tive família pra ir ver. Minha mãe quando pensa em viajar, pensa em ir a Manaus(onde ela nasceu) reencontrar a infinidade de parentes que ela tem lá. Pra mim viajar significa ver novos lugares, novas culturas, diferentes estilos de vida, comidas...arte...Não tenho parentes, pelo menos que possuam significados afetivos pra reencontrar, então, viajar significa ver lugares e me sentir dentro deles.


Eu e minha mãe nunca fizemos uma viagem como essa. É a primeira vez. Viajamos quando eu era uma criança. Viagem de família. Desde lá é dificil convencê-la a ir a qualquer lugar que não seja Manaus ver a família dela! Essa é nossa 1ª viagem. Essa é sua 1ª viagem à Europa, entretanto de vez em quando eu a pego imaginando se morasse ali...ela diz: "seu pai ía gostar desse lugar", "seu pai ía gostar de ouvir música nesse parque"..."já viu como as senhoras se vestem?"..coisas assim...


Ela tem medo...ela é muito apegada...Sei que qaunto maior o apego, maior o medo. Talvez por isso, ela só faça viagens de volta pra "casa". Eu não tenho muitos apegos...gosto de saber que ninguém me conhece. Gosto de saber que estou em um lugar onde ninguém sabe quem eu sou. Ela preferia estar "em casa" com todos os irmãos e sobrinhos. Ela sente-se segura entre conhecidos. Eu me sinto segura sabendo que não serei assaltada na rua, e não serei atropelada ao atravessar uma rua.


Tenho refletido nessa viagem sobre como somos diferentes. Não quero o mesmo de sempre. Escolho comidas no cardápio em alemão, sem ao menos saber o que estou pedindo. Penso...se eles comem, eu como também. Aliás adoro provar coisas novas. Fico triste quando descubro que aquilo que eu achava que seria algo muito exótico é simplesmente uma sopa de alguma coisa....enquanto isso minha mãe queria comer o bife com arroz, ou o café com leite e bolo que ela tem em casa.


Ela não reclama...muito pelo contrário. Acho que ela está adorando, mas percebo que o que eu penso de viagem, não é o que ela pensa. Viajar pra ela é encontrar aqueles que a reconhecem..é voltar pra casa. Acho que talvez seja isso que sentem os que tiveram que morar longe do lugar onde nasceram. Ainda não sei o que é isso.


Falo mal do Brasil..não consigo ser ufanista. Não consigo nem achar que o Brasil é o melhor lugar pra se viver. Por enquanto é, porque meus filhos estão lá, porque meu trabalho, meu cachorro, meu gato...meus amigos, meus afetos...estão todos lá...


Conversei muito com o nosso motorista paquistanês...o pai dele veio pra cá quando ele era uma criança...ele é cidadão alemão...o filho dele nasceu aqui...ele estudou, ele é poliglota...o filho dele é trilingue...eles tem educação e saúde...ele conseguiu construir uma vida aqui...nem pensa em voltar para o país dele...disse que lá ninguém vive, apenas sobrevive...


Essa não é a minha realidade no Brasil, mas é a de muitos brasileiros...as pessoas simples sobrevivem. Eu sei que nem posso reclamar, e não reclamo. Tenho uma vida boa. Mas sei que o "meu" Brasil, não é o Brasil de todos. Nem ao menos da maioria. Sou parte de uma minoria, sei disso.


Mas o filho do motorista paquistanês tem uma educação melhor do que a de muitos barsileiros com boa condição. Ele chegará à vida adulta sendo um estrangeiro, isso é verdade, mas estará instrumentalizado a conquistar um lugar em qualquer lugar do mundo, assim como o avô dele fez anos atrás e sem instrumento algum além da coragem.


Bom...a viagem está uma delícia...amo cada esquina que vejo...amo cada experiencia que vivo...amo o frio com sol. Nem penso em voltar...queria que meus filhos estivessem aqui...Ao contrário de minha mãe que a cada instante relembra de Manaus (onde nasceu e viveu até os 25 anos, ou seja, quase 50 anos atrás)....eu não lembro de nada...eu só contemplo o novo...sinto que estou livre...sinto uma leveza grande....estou aqui, e isso é o que me interessa!


Ludmila Rohr
P.S. Foto de um brinde em Bad Homburg...é de noite, mas o sol só se põe às 21h!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Himalaya sob os meus pés...


Uma vez o Dalai Lama disse que o Himalaya estava debaixo dos nossos pés. Ele quis nos alertar, que não adianta grandes aventuras externas, sem que antes tenhamos encontrado o significado do "himalaya" dentro de nós. Já estive no Himalaya três vezes. Sobrevoei aquela imensidão branca quase sem respirar de tão linda e inacreditável. Estive diante do Everest três vezes, e o impacto foi avassalador para minha alma. Tive que levar meus filhos lá, senão eu teria a sensação mais ou menos como na loucura, em que voce fala algo e não é compreendido.
Precisava que minha família me entendesse. Precisava que eles soubessem do que eu estava falando....


Acredito no Dalai Lama. Vi pessoas que estavam lá comigo e não viam o que eu via. Aliás na 3ª viagem teve até uma pessoa que conseguiu provocar sentimentos negativos e competitivos em meio aquela visão sagrada. Lembro até que chorei. Chorei como se tivesse sido atingida por uma lança no meu coração, em um momento de total desproteção. Definitivamente aquela pessoa não estava no mesmo Himalaya que eu.


Porque falar do Himalaya agora?

-Estou saindo de férias. Serão apenas 15 dias. Irei na Alemanha e em Portugal. Levarei minha mãe para sua 1ª viagem à Europa, e levarei meu pai só pra Portugal. Ele nos encontrará lá.


Tenho vivido um ano muito difícil desde que descobrimos o câncer de Judson em abril de 2008. Tenho buscado força na minha prática do yoga e em amigos reais e virtuais. Sou tão grata a esses amigos. Eles me acolheram com todos os meus altos e baixos. Não me senti julgada, nem cobrada em momento algum, nem pra ser forte. Só recebo elogios, incentivos e carinhos.


Esse ano difícil se prolongou por mais tempo de que imaginávamos, já estamos em um segundo ano ano muito difícil. Tem horas que me sinto muito forte, corajosa, serena...tem horas que me sinto cansada, exausta. Polarizo entre esses dois lugares...e tanto em um, quanto no outro, lá estão meus amigos. Lá está o yoga. Encontro sempre a mim mesma nesses lugares e a mim mesma entre esses dois lugares. Não me desconheço...tenho uma sensação de mim mesma o tempo todo. Isso me dá um lugar sereno e consistente dentro de mim....acho que é o meu Himalaya!


Não tenho grandes ilusões a respeito de férias...elas nos tiram de uma paisagem externa, mas não podemos esquecer que não é só a mala que levamos juntos...nós vamos juntos! Nossos medos, tensões, preocupações...ansiedades...


Estou tranquila...sem grandes ansiedades...acho que me acostumei (por causa do tratamento de Judson) a não criar grandes expectativas. Apenas uma mudança de paisagem...e me dou conta de que isso é uma delícia...simples assim.... Quero, mais do que tudo, proporcionar isso aos meus pais. Quero ver minha mãe andando por ruas da Europa...quero ver meu pai falando com os portuguêses...(acreditem em mim. Isso vai ser uma pândega!)


Bom...estou indo hoje...levo um pouquinho do Himalaya que conquistei dentro de mim....ele sempre está lá...e depois volto....minha vida está aqui...com meus filhos, clientes, alunos, amigos, com meu gato, cachorro....minha vida estará sempre onde meu coração estiver!


Mas....agora....eu mereço férias.....


Beijos a Todos


Namastê


Ludmila

sábado, 22 de agosto de 2009

Minha voz pela liberdade


Li esse livro. Chama-se "Minha voz pela liberdade". Acabei de ler esses dias. Livro simples, rápido de ler. Ele me foi dado de presente por uma cliente. Na capa uma foto de uma monja nepalesa linda. Ela é a autora. Ela é Ani Chöying Drolma.


Comecei a ler e fui reconhecendo os lugares que ela citava em Kathmandu, no Nepal.

Uma delícia isso!

Descobrir que conheço os lugares que são descritos em um livro que fala sobre a vida de uma monja Budista no Nepal?

Não me acostumo com isso, parece surreal demais pra mim!


Conheço esses lugares...fico emocionada. Ainda me espanto em pensar que já estive nesse pequeno país três vezes! Que já estive de frente para o Himalaya e o sobrevoei três vezes...que já andei pelas ruas de Kathmandu...que as conheço, que já levei meus filhos e meu marido nesses lugares...isso pra mim ainda é motivo de muito encanto e espero que nunca venha a banalizar essa experiencia. Acho que ela é mágica mesmo, e sou muito grata a vida por ter me permitido isso!


Ani Chöying Drolma conta sua história de vida. Como conseguiu transformar o ódio e violência em AMOR!

Ela conta como se deu sua escolha monástica...uma necessidade de sobevivência...pela necessidade de escapar de um pai violento e uma infancia miserável. Nada muito romântico. Necessidade mesmo.


Muitas coisas são lindas nesse livro, mas o que encanta é a descrição da sua luta interna de não se deixar levar pela sua mágoa e raiva, transformando esses sentimentos em música, em beleza, em luz, em paz e amor.


A monja Drolma nos mostra de forma simples como isso é possível. Como a nossa natureza humana pode renascer das situações mais duras...como podemos transformar a dor em luz e conhecimento.


Ela não nega a sua raiva...ela chegar a descrever o seu ódio e violência interna. Ela não se faz de "santa" ela simplesmente se encara de frente, encontra metas luminosas e principalmente, ela não culpa ninguém pela sua vida. Ela se resposabiliza por tudo e por cada mudança que ela deseja.. Ela não espera, não se queixa e, sem pudores nenhum, pensa grande, muito grande!


Os sonhos dela são imensos...aparentemente impossíveis...mas sua força e disposição pra transformá-los em realidade são incomensuráveis...


A psicologia tradicional diria que uma criança vitima de tanta violencia e por tantos anos, teria sua capacidade de sonhar afetadas...teria sua auto-estima e confiança abaladas...mas ela nem sabe o que é isso... ela sabe o que quer. Ela sabe onde quer chegar. Ela simplesmente caminha sem medir esforços e vai!


Ela sabe que LIBERDADE só é possível quando vencemos a nós mesmos, e o caminho dela é em busca dessa liberdade! Ela sabe então, que seu único inimigo é ela mesma, não o seu passado, muito pelo contrário....ela honra e agradece ao pai violento que a ajudou a chegar onde chegou!
Bom livro...nos faz repensar nosso infeliz e destrutivo hábito da queixa e da lamentação!


Namastê!

Ludmila Rohr


sábado, 15 de agosto de 2009

Eu sou V.I.P.?


Saiu uma entrevista comigo em uma revista virtual daqui da Bahia em uma coluna que chama-se "Entrevista VIP".
Dar essa entrevista para Nilza Barude foi muito agradavel. Ela é uma jornalista apaixonada. Na verdade foi mais uma conversa...uma longa conversa...

Nem ía comentar sobre essa entrevista, mas hoje eu estava lendo um site de notícias e li sobre uma lista de VIPs famosos...fiquei curiosa....


Quem me conhece sabe que eu não sou VIP no sentido conhecido dessa sigla. Não sou uma socialite, não frequento lugares badalados, não tenho pais ricos, nunca casei e me separei de um milionário...não coloquei silicone nos seios, não sou uma ex-BBB, nem modelo, nem atriz...bom não saio em colunas sociais, trabalho muito.... definitivamente não sou uma pessoa VIP!


Ser V.I.P. significa ser uma "Very Important Person"..ou, em português: uma "pessoa muito importante"!


Conheço muitas pessoas importantes, e provavelmente eu sou uma pessoa muita importante para algumas pessoas. Acho que devo ser importante para meus alunos. Eles aprenderam a respirar comigo... ensinei pra eles alguma coisas bem legais que com certeza os fazem mais felizes. Devo ser importante para amigos meus. Com certeza sou muito importante para meus filhos, marido, pais, irmãs...


Não tenho problemas com minha auto-estima. Tenho uma noção bem legal de mim mesma. Não tenho nenhum tipo de falsa modestia. Sei do meu valor. Talvez ainda me assuste ao receber um elogio, ou mesmo um agradecimento, mas tenho noção do que faço e do que sou. Não faço as coisas esperando elogios, e nem acho que eles sejam muito importantes, talvez até porque eu não tenha dificuldade alguma de receber olhares de afeto e carinho. Eles me alimentam mais do que elogios.


A coluna VIP do jornal que li hoje falava de alguma atriz que tinha diminuido o tamanho do silicone de 385ml para 260ml. Outra VIP havia dado um "lance" e mostrado a calcinha em uma festa que estava provavelmente amontoada de pessoas VIPs, e uma outra tinha ido a um jantar na casa de alguém com muito dinheiro. Esses eram os VIPs de hoje, desse jornal.


Bom, não preciso dizer que nao sou VIP.


Nilza Barude viu algo de importante em mim e me colocou em sua coluna. Ela viu algo que não tem a ver com dinheiro, posição social, festas e jantares....Não sei se o que tenho de importante, importará para as pessoas tradicionalmente VIPs...mas, quero aqui deixar registrado que estou ao lado de muitas pessoas importantes e elas são muito importantes para mim.


Essa é a lista de VIPs da minha vida:

Meus companheiros da comunidade "Faço quimio e sou feliz",

da comunidade "Parentes de vítimas de câncer",

meus alunos,

meus clientes,

minha família,

meus amigos queridos...


Sem voces eu não seria nada!


Namastê!


Ludmila Rohr


o site que saiu a minha entrevista caso alguém queira ler:

sábado, 8 de agosto de 2009

Entre netos e cachorros...


Sou clichê. Já disse isso aqui.

Não conseguiria deixar de falar do meu pai, hoje, véspera do Dia dos Pais.

Todos que me conhecem sabem do orgulho imenso que sinto por ser filha dele. Tenho admiração e respeito. Meu pai é alguém muito especial, mas não é porque ele é meu pai. Acho que ele é realmente especial. No mínimo, ele é muito diferente. Ele sempre foi muito diferente dos outros pais.


Meu pai era comunista na época da ditadura. Foi preso político em 64, logo após meu nascimento. Perdeu emprego e teve direitos cassados. Ele foi anistiado muitos anos depois junto com outros tantos brasileiros. Foi sindicalista e teve uma vida muito dura. Nasceu em uma família muito humilde, perdeu o pai quando era uma criança.

Meu pai, era o único pai (que eu conhecia), que tinha viajado à União Soviética (ainda existia) e à Cuba. Era exótico isso. Todos os outros íam pra Europa. Ele não.

Ele escolheu os nomes russos dos seus 4 filhos. Eu, Vladimir, Tatiana e Larissa. Todos os nomes tinham uma história. Ele lia muito sobre guerras, sobre história... e lia pra gente.


O pouco dinheiro que ele ganhava, não era pra guardar..ele vivia. Nos proporcionava coisas que não poderiamos ter. Sempre estudamos em boas escolas. Junto com minha mãe, lembro da dureza pra manter finaceiramente essa família grande. Mas ele, achava que era importantíssimo nos levar pra tomar sorvete nos domingos. Ele achava fundamental que fôssemos aos domingos assistir a matinê no cinema. Ele achava que valia a pena sonhar.


Teria muitas histórias sobre ele pra contar, aliás, eu poderia fazer uma palestra muito incrível sobre ele, mas hoje só quero falar de duas coisas.


A primeira é a relação deles com os 3 netos, e a outra sobre a relação dele com os cachorros. Isso mesmo: netos e cachorros.


O amor a a paciencia dele para com os netos e para com os animais é algo incomensurável. Ele verdadeiramente os ama. Meu pai nunca reclamou de absolutamente nada que os netos e os cachorros tenham feito. Ele é completamente permissivo e apaixonado por todos. Ele não dedica nem uma ínfima parte disso pra ninguém mais. Acho que não tem mais saco pra ninguém (exceto nós, os filhos), mas os netos e os cachorros merecem, da parte dele, toda a deferencia e isso é recíproco.


Convidá-lo para um lugar onde ele não possa levar os cachorros é uma ofensa. Ele até vai, mas arranja um jeito de voltar logo. Ele, aos olhos de alguém que entende de cachorro, estraga os bichinhos. Ele faz todas as vontades. Ele dá a própria comida a eles. Não preciso dizer que os cachorros acabam hipertensos e acima do peso (como ele). Ele adora qualquer cachorro. Os meus, da minha irmã, os deles...e qualquer um que chegue perto. Ele simplesmente encanta os cachorros, e os cachorros o amam também.


Voces podem até estar pensando que ele entende alguma coisa sobre cachorro...que ele possa ter técnicas para lidar com eles. Não, não tem. Ele é absolutamente permissivo..e os cachorros ficam completamente mal educados com ele. E ele se diverte muito com isso. Ele faz com os cachorros, o mesmo que fazia com a gente. Permitia tudo. Nos tirava de castigos que minha mãe colocava, nos autorizava a transgredir e a quebrar regras. Nos autorizava a ser aquilo que podíamos ser. A seguir nossa natureza. Assim ele é com os cachorros. Ele não pretende que um cachorro haja como um ser humano adulto, mesmo porque, ele acha que os cachorros são superiores aos humanos. Ele simplesmente os aceita, e por isso é venerado pelos mesmos.


E os netos? Não existe pessoas mais importantes para meu pais que os netos. Ele os chama de "os catitos", são homens barbados, mas para ele, são "os catitos". Eles podem tudo. Ele fará qualquer coisa por eles. Ele não estranha nada que eles façam. Apesar da idade, ele não critica os cabelos longos dos meus filhos. Ainda diz que se Jesus era cabeludo, porque os netos dele não podem ser? Quando Caio pintou o cabelo de azul, e, ele soube por minha mãe, que estava meio assustada, ele disse: Se voce pode pintar de "amarelo" por que ele não pode pintar de azul?


Ele acha um barato as namoradas dos meninos e, nunca fez nenhuma crítica a eles, nem aos seus hábitos, roupas, cabelos e amigos. Não interfere em nada, apoia absolutamente tudo. Os netos e os cachorros são os seus amores. Max (o atual cachorro), Rafael, Caio e Lucas contam com o apoio irrestrito do meu pai. Eles contam com a maior defesa que alguém pode desejar.


Ninguém pode brigar com um cachorro na sua frente, assim como ninguém pode falar mal dos seus netos, (nem nós,os pais).


Essa é uma história de aceitação da natureza. Meu pai aceita os cachorros como cachorros que são. Não cobra, nem espera nada que eles não tenham na sua natureza canina pra dar. Ele aceita os netos como são. Cada um do seu jeito. Ele vê as diferenças entre eles, mas simplesmente os aceita.


Acho que nenhum cachorro poderia ter um dono melhor.

Acho que ninguém poderia ter um avô melhor.


Namastê


Ludmila


domingo, 2 de agosto de 2009

Uma Declaração de Amor!


Amo muito Judson...acho que todos sabem disso!
Sou muito amada também...adoro isso!

Temos uma relação normal, brigamos, discordamos, temos os estresses naturais de um casamento...aliás, acho o casamento um grande destruidor dos amores...mas o nosso tem resistido até ao casamento.

Judson é um super companheiro. Sabe das minhas dificuldades e me ajuda. Eu também sou uma super companheira.
Estamos do lado um do outro.

Nos respeitamos como individuos. Mantemos nossas individualidades, nossos interesses particulares, e precisamos fazer isso, já que somos tão diferentes.

Hoje, quero fazer uma declaração de amor. Ele estava viajando, fora de casa por 15 dias. Entre uma sessão de quimio e outra, viajou a trabalho para os EUA. Acho isso lindo. Manter a vida correndo o seu curso... continuar aberto pra vida sempre..
Ele é corajoso, determinado, disciplinado...acho lindo alguém que ama o seu trabalho..eu amo, ele também! Nossos trabalhos sempre foram prioridades para ambos, então sempre há compreensão de ambas as partes, sentimos o mesmo em relação ao trabalho!

Hoje quero apenas dizer do quanto sou feliz de tê-lo como amigo, marido, pai dos meus filhos, amante, companheiro....
Hoje eu quero dizer para todo o Universo, que sou feliz por ter vivido esse amor, por ter sentido a vida toda que ele era importante pra mim...e não só quando o câncer ameaçou isso...nada a me queixar...amei muito, sem economia...e fui amada, sem economia...amo e sou amada!

Amanhã ele estará em quimio outra vez...mas hoje não. Hoje ele é o meu amor, inteiro pra mim.

Como sou muito clichê, hoje tenho só uma simples declaração de amor pra fazer!

Judson, te amo muito e, te amar me faz muito bem!

Namastê

Ludmila Rohr