segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Parabéns meu amor!



Gosto de contar a história de como conheci Judson. Acho linda a nossa história. Acreditem, mas desde pequena eu sonhava com ele.


Não sabia que era ele, mas eu sonhava com o cara que eu amaria e que me amaria muito.


Eu sonhava com a aparencia dele. Nos meus sonhos, o meu amor era um homem magro, usava óculos, era louro de olhos claros...eu via Judson. Eu sabia que o encontraria em algum momento.


Quando meu pai comprou o apartamento, onde ele mora até hoje, eu pensei que seria lá que eu o encontraria. Lembro de olhar a lista com o nome dos proprietários e tentar imaginar em que apartamento ele estaria morando.


Quando nos mudamos, logo no primeiro dia de mudança, lembro que eu e minha irmã arrumávamos nosso quarto e resolvemos descer pra piscina...era final de tarde...quando caminhávamos pra piscina....eu o vi....ele vinha caminhando....eu o reconheci!


Eu disse pra minha irmã: "Vou casar com esse cara!"...ela riu, nós rimos...


Um mês depois nós namorávamos...dois anos depois, nós estávamos casados...


Casamos no dia 14 de dezembro de 1985...eu tinha 21 anos...e nós nos amávamos muito!


Caio nasceu em 88, Lucas em 90...e completávamos nossa família.


Eu sou uma pessoa com muitas certezas...pelo menos era. Não as tenho mais. Muitas certezas se foram, mas o amor de Judson por mim sempre foi uma certeza imensa. Quando descobrimos em 2008 que ele estava com câncer, comecei a viver dentro de uma perspectiva nunca antes pensada...Nunca imaginei minha vida sem Judson. Nunca passou pela minha cabeça que eu não fosse envelhecer ao lado dele. Sempre achei que ele estaria me amando por toda a minha vida!


Ele cantava isso pra mim: Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida...eu vou te amar!
Eu acreditava nisso...mas nunca pensei que ele podia não estar por toda a minha vida.


Sou egoísta. Adoro ser amada por ele. Temos um casamento legal. Temos vidas independentes. Somos muito diferentes, mas nos amamos muito.


Judson é um pai preocupado, um filho atencioso, um genro muito querido.


A luta dele contra o câncer tem sido um grande exemplo...se eu o admirava antes, agora, o admiro infinitamente mais. Ele foi corajoso, ele enfrentou tratamentos dolorosos com tanta dignidade. Ele nunca reclamou de nada. Ele fazia o que devia ser feito. Ele foi focado, determinado...eu só o acompanhava. Ele não se identificou com a doença. Ele tentou ser durante todo o tempo, ele mesmo, e não um paciente de câncer. A descoberta da metástase trouxe medo e mais dores, cirurgia, tratamentos, mais químios...ele continuou forte...mas, ele chorou...O incrível, é que eu sempre reclamava dele nunca chorar. Nos anos todos que estivemos juntos, nunca o vi chorar! Achava isso um problema. Como alguém viver sem chorar? mas.. com a metástase no fígado, ele chorou...nós choramos juntos...abraçadinhos...nos sentimos tão ameaçados nos nossos sonhos...tudo parecia tão assutador...




Há um mês o tratamento acabou...ele fará controle por muito tempo. O fantasma dessa doença ainda nos perseguirá, mas ele não parou...mesmo em tratamento ele não se vitimizou, trabalhava quase normalmente e se transferiu para os EUA. Apostou em novos projetos...acreditou na vida!



Quero falar sobre Judson hoje. É o aniversário dele. Ele faz 50 anos!


Ele está longe de mim agora. Ele está em Houston, no Texas...onde estaremos morando a partir de dezembro. Ele está iniciando um novo período da sua carreira profissional, e está nos esperando lá.


Fico muito triste de não estarmos juntos nesse aniversário que por si só, já é muito especial, 5 décadas!! e ainda mais depois de tudo que passamos...vamos comemorar atrasados...dia 29 estarei chegando lá...vamos escolher juntos nossa nova casa...onde moraremos nesse novo momento das nossas vidas.




Parabéns meu amor!
Feliz aniversário!
Voce sabe que eu te amo muito!


Que voce tenha muitos anos de vida...e, ao meu lado!

Ludmila

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Dançando....mudando...libertando....


Sou capricorniana. Sempre tive muitas metas, e nunca tive medo delas. Metas ambiciosas para alguns, mas não para mim, sempre achei que o que eu de verdade quisesse, eu poderia alcançar.

Fiz isso com muitas coisas que desejei. Não temia as experiencias, não temia o fracasso...nem o sucesso. Por incrível que pareça às vezes até temia o sucesso. Estranho mais é verdade!


Cheguei numa idade que eu amo! Farei 46 anos! Me sinto madura, adulta e cada dia mais livre. Cada dia mais livre de mim mesma! Isso é que é legal! Não tive pais repressores...e nem posso culpar ninguém por nada que eu não tenha feito...se houve algo que deixei pra trás, foi fruto de mim mesma...o freio estava em mim!


Estou para viver uma grande mudança da minha vida! Viverei a partir de dezembro por algum tempo nos EUA. Vamos a família toda! Judson já está lá. Tudo indica que em dezembro estarei também. Penso em estudar, penso em trabalhar...me pego com tantos desejos...Não sinto medo. Sinto uma excitação grande quando penso nessa mudança.


A medida que as pessoas que me conhecem vão sabendo disso, ficam espantadas. Como posso deixar o Espaço Mahatma Gandhi (http://www.mahatmagandhi.com.br/)? Como posso deixar pra trás as coisas que plantei aqui? Clientes, alunos..casa...amigos...?? Não sinto que deixo nada pra trás...mas sinto que a vida faz essas coisas...e nós temos que escutar e sentir esses movimentos..


Depois de ter enfrentado, ao lado do meu marido, um câncer durante esses dois anos, sinto que me liberei de muitas coisas...se já me sentia uma pessoa livre...agora me sinto mais ainda...; se já não tinha muitos medos, agora então...Essa doença, me ajudou a perder algumas ilusões...de segurança e estabilidade...se a impermanência já era um tema pra mim, agora virou uma verdade!!!


Em setembro viajei pra Europa, estava na Alemanha, quando me percebi estava apaixonada pela ordem de lá, tudo funcionava, tudo era tão perfeito...depois de alguns dias, aquela perfeição começou a me incomodar...não é possível pra mim que a vida esteja tão sob controle como eles tentam mostrar, ou até mesmo acreditar!! Procurava o caos naquela ordem e não achava.


Um dia, estava em Köln, cidade linda, em frente a famosa catedral, lugar muito lindo...muitos turistas...todos muito educados, nenhuma bagunça...tudo limpo...tudo em ordem...escuto um som jamaicano. Era um artista de rua, um homem negro, jamaicano, cantando Bob Marley..as pessoas escutavam..colocavam moedinhas..e continuavam a andar...ele tocava e cantava...


Nesse momento, eu vi o caos!

Onde estava a expressão? O que aquelas pessoas sentiam? Não é possível que aquilo não provocasse nenhuma reação. Elas estavam gostando..por que colocavam moedinhas...mas onde estava o corpo delas? porque elas não expressavam nada?


Aquilo me incomodou...eu não queria aquilo pra mim..foi tão simbólico...algo se descortinou diante dos meus olhos...então, comecei a dançar!!! Eu dançava sozinha no meio da rua!!!


Don't worry about the things...cause every little things is gonna be all right! ...e eu dançava!

No woman no cry....e eu dançava....dançava sozinha...no meio da rua!!!


O jamaicano adorou! acho que ele se deu conta da solidão dele naquele momento...

As pessoas na rua reagiam de forma diferente...algumas tiravam fotos....outras olhavam com espanto..e outras nem viam! Eu não estava nem aí...vi isso, depois nas fotos que minha mãe tirava...acho que ela se espantou também! acho que ela desejou fazer aquilo também!

Eu dancei no meio da rua em meio àquela "ordem" toda! Parecia que eu de alguma forma, quebrava aquela ordem aparente...balançava a estrutura...trazia vida àquele lugar!


Uma energia enorme tomou conta de mim! Senti em todo meu corpo a liberdade possível! Entendi no meu corpo porque muitos Deuses indianos são representados dançando!!

Senti que o que me aprisiona, é aquilo que eu quero e deixo que me aprisione...

Nenhum olhar pode me aprisionar.


Ninguém pode aprisionar minha alma, assim como ninguém pode libertá-la!


Ludmila Rohr



domingo, 11 de outubro de 2009

Símbolo de Poder e Liberdade!


Terei que dar uma pausa no tema da sexualidade que vinha desenvolvendo, mas ele voltárá logo. Não se preocupem. Mas, preciso fazer isso, porque nesse instante conversando com uma amiga no msn...nem me lembro como o assunto começou, mas de repente estávamos falando sobre o simbolismo dos cabelos, sobre nossa visão a respeito de "cabelo"!


Bom, meu filme preferido de toda a vida, chama-se "Hair", já o assisti umas mil vezes. Ele tem tudo a ver com uma época da minha vida, mas que não fica pra trás nunca..sempre me acompanha.


Semana passada, meu filho Lucas que tinha os cabelos muito longos (na cintura), resolveu raspá-los. Acho que ele começou a se sentir preso a uma imagem. Não interfiro nisso, mas me deu uma dor vê-lo raspando a cabeça. Ele tá lindo sem eles também, e acho que foi um momento de ruptura importante pra ele..sinto que é como se ele dissesse que não precisa dos cabelos pra se conectar com o poder dele. Que ele se basta.


Tenho lidado nesses últimos 2 anos, por conta do câncer do meu marido, com pessoas que perderam os cabelos por causa da químio...tenho visto como para a grande maioria é uma grande dor.


Meus cabelos são longos e cacheados....digo sempre que sou uma espécie em extinção...que em algum momento irão me fotografar pra provar que existiam mulheres que tinham cabelos cacheados. As mulheres hoje são todas iguais com seus cabelos lisos.


Sempre que vou ao salão alguém me pergunta se não quero defrizá-lo, ou fazer uma escova progressiva, japonesa...afe...nem sei mais os nomes. Sempre respondo com uma pergunta: Voce por acaso está com medo dos meus cabelos? Porque eu não tenho.


Em uma passagem de Hair, um personagem confronta a mãe indignada que o cabelo dele, com a seguinte pergunta: Maria aceitava os cabelos longos de Jesus, por que voce não aceita os meus?


Os cabelos estão ligados a muitas tradições espirituais. Os Sikhs na Índia não cortam o cabelo nunca durante toda a vida. Jesus, Budha, Khrisna, metres, gurus, rishis....todos tem cabelos longos... até quando alguém tenta transformar Deus em um homem, esse homem é personificado com cabelos e barbas longas. Todos conhecem a história de Sansão que perdeu a força quando cortou os cabelos. Raspar a cabeça em várias culturas, tem o significado de sacrifício, de abnegação, ou de ritos de passagem.


Mas, os meus cabelos cacheados mexem com as pessoas não porque são longos, mas porque os deixo naturais, como eles são. Domar, controlar, conter, reduzir, desbastar..são verbos usados quando querem me propor algo. Dai eu penso: Será que eles tão falando mesmo do meu cabelo? Qual a fantasia de ameaça que ele produz que precisa de tanta contenção?


Cabelos são incontroláveis. Eles tem vida própria, e humor também. Eles se rebelam e fazem não o que queremos, mas o que eles querem. Eles representam pra mim, um poder que vem de dentro de mim. Poder que só posso ter, quando me rendo a ele. Estar rendida à minha natureza, é assumir o meu poder. Não quero nada me controlando, nem me domando, muito menos me reduzindo...quero expansão, quero apropriação, quero todo poder que meu corpo tem pra me dar.


Assim como eu sempre achei que meus partos naturais, me levaram a uma conexão profunda com algo da minha natureza animal, meus cabelos também me levam a isso.


Não existem cabelos feios. Existem cabelos mal cuidados, ou mal entendidos.
As pessoas não são iguais, então porque querem cabelos iguais?
Chris Rock, comediante americano, e negro, fez um documentário sobre cabelos, e a grande pergunta dele, era por que as pessoas queria ficar iguais a todas as outras? Com uma imagem homogênea e pasteurizada?


Bom...nada contra a absolutamente nada que as pessoas façam ou queiram fazer pra se sentirem melhor, ou mais belas, mas...meus cabelos continuarão aqui, enquanto for do meu desejo...e serão (pra mim) um símbolo do meu poder e liberdade! E recomendo que assistam Hair, se ainda não o assistiram. É um lindo filme!
Ludmila
P.S. Na foto com Lucas, antes de abrir mão dos cabelos, vendo por-do-sol no Farol da Barra.


quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sexualizando....

Quero continuar a refletir sobre desejo.

Quero também deixar claro que quando falo de desejo, não faço nenhuma referencia direta, ao desejo sexual, embora toda energia que move os desejos, sejam energias de natureza sexual, mas não no sentido genital!
Quando pensamos em sexualidade, somos levados imediatamente a pensar em genitalidade, em ato sexual, ou mesmo em desejos sexuais, fantasias...e por aí vai..


Sexualidade é muito mais que isso! A nossa sexualidade ultrapassa os limites das nossas zonas erógenas e alcança todo o nosso corpo; ultrapassa os limites do corpo e avança na nossa alma, na nossa áura, e na nossa mente... a nossa sexualidade é a porta de acesso ao nosso espírito!


Essa energia é tão poderosa que tem o poder de nos conectar com o que existe de mais mundano, mas também com o que existe de mais sagrado! Os indianos chamam de Kundalini...a energia da vida..que nos leva em direção aos desejos e/ou à sabedoria e conhecimento. A tradição indiana milenar, conseguiu, ao contrário da nossa, unir o mundano ao sagrado...o sexo é visto como sagrado. A união de corpos e o orgasmo são visto como um momento que imita a criação do universo, como o momento em que mais estaríamos próximos de Deus.


Conheci na Índia inúmeros templos que são adornados por imagens de atos sexuais explícitos. Muitos Deuses e Deusas são representados com seus genitais expostos, com seios fartos. Conheci templos onde no centro estavam a figura do Linga (pênis), e Ione (vagina). Eles nos colocam em choque com as nossas imagens santas, com seus corpos cobertos e negados.


Digo com muita convicção que precisamos sexualizar a vida. Se queremos uma vida intensa e prazerosa, precisamos buscar as sensações das coisas, sair de um estado de anestesia que normalmente se vive e buscar SENTIR. Entretanto, devemos fazer isso desapegadamente. Precisamos estar abertos e inteiros no contato com nossas sensações e sentimentos, mas precisamos nos desapegar..deixar passar...não tentar retê-los por mais tempo que o necessário.. por que dái vem o sofrimento.


Tenho visto durante esses anos que lido com pessoas, que elas foram aos poucos e por conta da dores da vida, se anestesiando! Tentando fugir das dores, e por acreditarem que podiam selecionar o que não queriam sentir...foram aos poucos ficando cada vez mais distantes de suas almas..Não se pode dizer pra alma que não quer sentir mais dor. Quando se diz isso... a alma entende, que voce não quer mais SENTIR....e aos poucos...voce vai passando a não sentir nada! A alma vai adormecendo..e passa a ter medo de qualquer coisa que ameace essa falsa estabilidade, que mais se parece com a MORTE do que com a VIDA.


Tenho visto também, como a sexualidade e o desejo ficaram reduzidos à genitalidade, e como foram associados apenas aos prazeres momentâneos e carnais (que são deliciosos), mas é como se voce pudesse ter e viver algo muito especial e mágico, e escolhesse ficar apenas com a parte menor que aquilo pode oferecer.


Bom...esse é um assunto vasto e profundo..e não quero ser leviana...vamos andando..vamos caminhando com ele. Participem....escrevam seus pontos de vista, façam seus comentários..indiquem para outras pessoas...vamos movimentar essa energia!


Ludmila Rohr



domingo, 4 de outubro de 2009

Desejando............sem culpa?

Tenho uma amiga virtual linda. Torço pra que um dia possa abraçá-la de verdade. Ela é uma guerreira na luta contra o câncer. Ele me chama de Diva! Acho que temos uma afinidade intelectual..de almas..e de desejos...guardando as devidas proproções da idade..ela é uma jovem e linda mulher e eu sou uma linda mulher! Já vivi muito mais que ela...mas a admiro muito.


Bom...um dia após muita conversa, filosofando sobre a vida.e principalmente sobre o Amor e Desejo...questionando o quanto vale a pena adiar a vivencia desses amores e desejos...falamos sobre ousadia, liberdade...sobre Ser Mulher...sobre se apropriar do nosso corpo e dos nossos desejos... sobre o quanto tememos os nossos próprios desejos...e sobre muitas outras variações do mesmo tema...



Devo dizer que posso passar horas conversando sobre esses temas femininos com mulheres interessantes e questionadoras. Adoro mulheres que ousam questionar o poder patriarcal e não aceitam os comportamentos misóginos.. adoro conversar com mulheres que reconhecem o seu poder, ou o buscam!! Poderia fazer workshops e palestras infindáveis sobre isso! A "mulher" é o meu tema preferido!! Sempre me apaixono e tenho energia quando o tema é esse! Não sou feminista...não acho que os homens são inferiores, nem nada parecido...mas acho que os homens são mais monótonos, monocromáticos...tem menos apelo pra minha alma de terapeuta e de escritora...


Sou casada e tenho dois filhos homens...adoro eles..acho os homens lindos e não quero fazer nenhum manifesto pró-mulheres..só quero falar da minha paixão pelo tema feminino! Até nesse blog, tenho escrito muito sobre esse tema.



Bom..minha amiga me perguntou se é possível viver assumindo os desejos e sem culpa? Pergunta difícil né? Acho que nem vou conseguir responder só nessa postagem...voces terão que me acompanhar alguns dias até que eu possa organizar isso no meu corpo e mente.



O que me vem em primeiro lugar é uma pergunta: por que colocamos essa condição para viver o desejo? Porque ele precisa vir sem um preço? não podemos pagar esse preço? e se a culpa for nossa companheira, não podemos lidar com ela? Será que se o desejo for bom mesmo, não valeria a pena pagar um preço por ele, seja ele qual for?



Depois eu começo a pensar se existe vida sem culpa. Não sei...acho que não. A culpa é uma nuance da nossa alma, em algum nível, penso que a sentiremos sim.


Em seguida me pergunto: mas porque culpa associada a desejo? Estaríamos traindo que ordem? Estariamos quebrando algum paradigma? Estariamos provocando alguma ruptura profunda na humanidade ou mesmo nas famílias, se assumimos os nossos desejos? Por que os nossos desejos assustam tanto os homens, as famílias...e até as própria mulheres?


Outra coisa: Precisamos realizar todos os desejos? ou precisamos pelo menos assumir todos eles? Tomar consciencia dos meus desejos já não seria uma grande conquista? Por que algumas mulheres não querem nem pensar nos próprios desejos? não querem nem saber! Temem que apenas por os tornarem conscientes, a vida fique insustentável após isso.


Culpa está associado a erro. O desejo feminino na cultura cristã está associado a um grande erro. A primeira mulher que desejou, foi culpada e punida. Nascemos com essa imagem atávica impregnada nas nossas mentes e corpos...


Não concluirei nada nessa postagem..e talvez em nenhuma outra..mas prometo que voltarei a esse tema, logo...hoje só quero levantar essa questão..


Quem puder e quiser..comente essa postagem...seguirei com esse tema outras vezes...repassem pra outras mulheres...vamos tentar enriquecer esse debate!


Mulheres, desejem!!!


Beijos


Ludmila Rohr

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

ME TRAINDO....



Desde que lembro de mim, questiono as coisas. Desde que lembro de mim, penso que as coisas são mais do que aparentam, e que elas significam algo mais do que a primeira vista revelam.


Acho que fui uma criança sem graça e uma adolescente chata...não lembro de mim sendo superficial nas coisas... até queria ser, mas não conseguia. Isso, aos 45 anos pode parecer algo cult, legal...mas aos 13 era uma tortura, aos 18 era um saco..Bom...fui assim. Fui velha antes de ser nova! Assim são os capricornianos. Eles ficam jovens com o passar do tempo.


Já tem tempo que me sinto jovem...muitos anos atrás comecei a ficar jovem.


Entendi que se quisesse ser fiel a mim mesma, teria que me trair!


Essa foi uma compreensão libertadora.


Compreendi que não precisava ser fiel à Ludmila de ontem, nem ao que a minha história havia escrito pra mim. Descobri que podia trair essas perspectivas e prognósticos, podia fazer tudo diferente. Podia trair pensamentos, crenças...podia trair até idéias, até mesmo minhas próprias opiniões.


Eu me liberei de uma imagem de Ludmila, e comecei a ser a Ludmila que posso ser hoje. A Ludmila que posso ser a cada dia.


Quando experiemnto posições novas diante da vida..me experiemento! Descubro que posso ser mais essa, além daquela!

Não quero conclusões mais. Eu conclui que não preciso concluir muito as coisas..nem ter grandes certezas a respeito de nada!


Alguém que me lê agora, já comprou um perfume achando delicioso e depois descobriu que não era tanto assim? Ou que havia afirmado alguma coisa, que não merecia tanta defesa assim? pois é.
Posso me contradizer, por que sou muitas. Não sou uma só.


E pra que eu seja fiel às muitas que sou, preciso me trair também.


Posso mudar, porque sou uma pessoa que busca a liberdade...e tenho uma impressão (hoje) que a liberdade não está nas certezas.
Namastê
Ludmila Rohr