sábado, 26 de dezembro de 2009

Os primeiros momentos...


Estamos vivendo o nosso terceiro dia aqui na nossa nova cidade. Ela é a quarta maior cidade dos EUA. Escrevo esse post apenas para dar notícias. Depois de uma longa viagem e dormirmos em um hotel..recebemos nossa casa arrumada e pronta para a mudança!



Estamos excitados e felizes. Às vezes acontece alguma tensão devido ao cansaço, mas quase todo o tempo estamos bem. Esse é realmente um momento muito especial para minha família! Levarei algum tempo para compreender tudo que vem nos acontecendo e aonde essa mudança pode nos levar. Acho que esse é um momento de grande complexidade e por isso mesmo mobiliza tantas emoções e tantas expectativas.



Tenho observado meus filhos e a forma de cada um enfrentar esse momento com seu jeito próprio, com suas particularidades. Tudo é novo para todos nós. Estamos enfrentando uma lingua que não é a nossa, uma casa que de repente passa a ser a nossa casa e, que temos que imprimir nossa cara e nosso perfume....amigos novos...muita coisa pra assimilar...




Sinto, como uma boa capricorniana, que preciso urgentemente construir uma rotina, preciso saber que tenho algum tipo de controle sobre meus dias, mesmo que isso seja absolutamente fugaz, mas realmente preciso...e sei que isso será prioridade assim que o novo ano começar!



Nesse momento nada a ser feito com relação a isso...apenas tentamos aproveitar cada momento, ver a cada dia o que é possível ver....ainda vai demorar um pouco para percebermos tudo o que existe nesse país e que pode nos ajudar a crescer, mas sabemos que as possibilidades são imensas e estamos todos muito animados com isso.





Tivemos um Natal muito animado com amigos brasileiros que mal conheciamos, mas que já são uma referencia importante. Fizemos nossas primeiras compras no supermercado e quase enlouquecemos com a quantindade de coisas que esse país consome e nos coloca a disposição para consumir. É absolutamente impressionante e ao mesmo tempo me causa algum tipo de constrangimento ou de embaraçamento, sei lá...ainda não entendo bem as minhas emoções...





Estamos na nossa casa...eu e Judson, porque os meninos já fizeram amigos e já sairam para a noite americana...lá fora um frio enorme...a previsão é de mais frio ainda...pela manhã a previsão é de que teremos temperatura negativa...nossas malas estão novamente arrumadas, porque de manhã cedinho viajaremos para New York onde romperemos esse ano que está chegando...



Tenho muitos sonhos para mim e para minha família esse ano, mas quero apenas me colocar aberta, disponível para a vida e para tudo que está, de alguma forma, traçado para todos nós!






Que 2010 seja um ano de grande crescimento e que meu coração esteja contente, corajoso e aberto....



Namastê



Ludmila Rohr












segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Chegou o dia de ir...tô indo!


Amanhã é meu último dia em Salvador.

Já tem tempo que venho anunciando esse dia...e, como não podia deixar de ser...ele chegou!

Me pego sem acreditar muito nisso...que a partir de agora morarei nos EUA (por um tempo) e que ficarei fisicamente longe daqueles com quem convivi muitos anos da minha vida!
Amanhã é também o dia do meu aniversário de 46 anos e propositadamente marquei para esse dia a mudança com toda minha família. Boa forma de passar o aniversário, não? Amanhã um ciclo muito lindo da minha vida está se fechando, para um novo começar! Que venha!!!


Esses últimos dias foram de despedidas e de grandes reflexões e sentimentos.

A despedida do Espaço Mahatma Gandhi foi tão emocionante....achei que não daria conta de tanta emoção, mas não me cobro "dar conta" delas...apenas deixo que elas fluam como água...elas me tomam e eu me sinto viva! A despedida da família de Judson, lá no Espírito Santo, e da minha família aqui. Me despedi de muitas pessoas que amo e que sou grata.


Sinto-me cansada e muito feliz e excitada. Gosto muito das perspectivas diante de mim. Consigo pensar nesse periodo como um tempo de grande investimento em mim como pessoa e como profissional. Consigo me ver desbravando desafios novos e conhecendo pessoas, lugares e sintuações que ajudarão a crescer ainda mais.


Acho realmente que estamos iniciando um período de grandes novidades para mim e para minha família e não quero desperdiçar nenhuma chance de aprender algo novo. Sou assim. Já disse aqui nesse blog muitas vezes sobre o quanto quero muito da vida. Já disse aqui e pra quem quisesse ouvir, sobre o quanto não quero ser uma pessoa bege...que passa despercebida...quero mais...muito mais...quero o que o mundo tem a me oferecer...quero conhecer isso e voltar pra casa...sempre quero voltar pra casa e compartilhar o que aprendi...mas, quero aprender muito.


Como psicóloga tenho muito a viver e estudar. Como professora de yoga, como amiga, como mãe, mulher...como pessoa não quero pouco, quero muito...quero tudo que for possível. Os que não me conhecem, por favor não pensem que eu quero "coisas". Não as quero. Quero tudo que eu puder guardar "dentro de mim"...tudo que abra ainda mais a minha mente e coração, quero tudo que me livre de qualquer preconceito, e que me traga cada vez mais a sensação indescritivel de liberdade!


Enfim, quero viver cada experiencia da vida que me ajude a nunca me sentir pior ou melhor do que ninguém! Por que só assim serei a pessoa que quero ser!



Namastê


Ludmila Rohr

P.S. Desejo a todos um Feliz Natal..não sei quando conseguirei escrever de novo no blog, pois estaremos viajando pra romper o Ano Novo em NY e acho que só conseguirei escrever no twitter, mas de qualquer forma tudo de bom pra voces!!!!!


domingo, 13 de dezembro de 2009

Acarajé e praia!


Bom...acho que já disse aqui inúmeras vezes que nasci e vivi a vida inteira em Salvador na Bahia. Acho que isso é uma benção, uma questão meritória. Tenho a sensação de que nascer em Salvador nos dá um perfume especial.


Falo muito mal da minha cidade, consigo ver um monte de defeitos, mas não suporto que alguém que não tenha nascido aqui, fale mal dela. Salvador é mítica, é especial...acho que não existe lugar melhor e pior no mundo. Simplesmente amo.


Sempre que viajo fico encantada com os lugares que conheço. Voces que me acompanham nesse tempo de vida deste blog, já leram sobre meus encantamentos por Veneza, pela Toscana, por Paris...amei e declarei aqui a minha paixão pela Alemanha...e adorei Houston, a cidade onde a partir do dia 22 de dezembro morarei. Sempre que conheço um lugar e me apaixono, fico com muita raiva dos defeitos de Salvador, mas como uma mulher apaixonada, logo logo esqueço e me rendo à paixão.


Nesses últimos dias aqui tenho me dedicado a ir a lugares que acho que sentirei saudade. Tenho feito uma lista na minha mente de coisas que sentirei saudades, e as primeiras da lista, ironicamente são: Acarajé e praia!


Por que ironicamente? Porque nunca vou a praia e dificilmente como um acarajé.


Normalmente vou a praia no dia 1º de janeiro, todos os anos para um rápido mergulho...e depois disso, nunca mais. Passo o ano inteiro sem ir à praia! Isso parece uma piada, já que nasci perto da praia e moro em frente. O mar sempre foi algo adorado, temido e reverenciado. Entretanto, não suporto a praia, é verdade, adoro o mar, mas não suporto a praia. Não suporto calor, barulho de muitas pessoas, o sol queimando minha pele..mas adoro uma praia dos meus sonhos...que seria sem agitações, sem o calor do sol...e com água quentinha pra mergulhar...


Bom...sentirei saudade de ver a praia. Como moro em frente, vejo o mar todos os dias, na ida e na volta do trabalho...adoro ir na Barra ver o pôr-do-sol...adoro a visão do mar..adoro mesmo.


...e o acarajé?

Amo. Amo mas não como. Fico absolutamente indignada quando alguém diz que não gosta de acarajé. Acho uma delícia incomparável. Acho que que o criou e as pessoas que o desenvolveram são gênios. Como pensar que uma massa de feijão, frito no dendê bem quente ficarei gostoso? Como imaginar o Vatapá que o recheia? camarão seco? afe!!! Muito bom!!! Que pena sinto de quem nunca provou um acarajé bem feito e quentinho.


Agora que passarei algum tempo longe da praia e do acarajé sinto que a saudade será grande. Sinto que gostaria de ter comido acarajé todos os dias da minha vida (esse ano comi só um!!!!)...sinto que deveria ter ido à praia e comido acarajé lá!!!! Porque quem não viveu esse prazer de comer um acarajé na praia, não sabe o que é a felicidade!


Acarajé e praia. Como sentirei saudades disso!

e mais ainda da combinação sagrada dos dois!


Namastê!


Ludmila Rohr
P.S. na foto, com a boca suja comendo o único acarajé desse ano! e quem sabe dos 2 últimos anos!


sábado, 5 de dezembro de 2009

Eles são melhores que eu...Que bom!


Ontem à noite tivemos um momento lindo aqui em casa!

Um jantar organizado por Caio e Lucas (meus filhos). Eles convidaram os amigos e os pais dos amigos, e uma amiga que é Chef de cozinha para fazer o jantar. Bom, a comida estava uma delícia, o vinho, a sobremesa...as conversas, mas a minha reflexão durante a noite não foi sobre isso. Todo o tempo do jantar que acabou por volta de 2h da madrugada, foi sobre o quanto admiro e ainda me surpreendo com meus filhos.


Acho que inclusive devo pedir desculpas a eles. Tenho a sensação de que ontem eles conseguiram me surpreender positivamente, ou seja, como posso não esperar, ou ser surpreendida por algo tão simples e lindo que venha dos meus filhos? Eu não deveria conhecê-los melhor? Será que os julgo pela aparência também? Será que minhas expectativas sobre eles são grande demais?Embora sempre tenha achado que os dois são demais, eles conseguiram ontem uma proeza...me surpreenderam.


Ser mãe de Caio e Lucas sempre foi uma das coisas mais deliciosas da minha vida. Já falei deles aqui nesse blog inúmeras vezes. Sou uma mãe apaixonada, e acho que eles enfrentam com uma certa tranquilidade os pais que eles têm, e pra ser honesta, eles enfrentam uma grande dose de projeção nossa. Assim como todos os pais, tentamos nos ver em nossos filhos, então qualquer coisa que se afaste muito disso, nos causa algum desconforto. Por mais consciencia que tenha disso, acabo sendo uma mãe clássica como outra qualquer.


Sempre estimulei neles a autonomia, o exercício da responsabilidade e da expressão. E eles foram fazendo isso, e foram se separando para existirem. Entretanto me dou conta de a medida que eles foram crescendo, eles foram fazendo sua escolhas, foram sendo aquilo que eles são, o que acho lindo...mas com isso, fomos sendo adultos demais...e fomos trilhando vidas independentes, separadas apesar de juntas.


Essa é uma separação necessária para para que o filho possa se encontrar como pessoa, e vejo que eles são quase heróicos nisso. Os pais precisam "morrer" no sentido metafórico, para que os filhos possam se transformar em adultos. Os pais precisam ceder espaço, para que os filhos sejam melhores do que seus pais já foram um dia. Os pais precisam enxergar isso, e precisam aceitar isso!


Ontem descobri que meus filhos são mais legais do que eu imaginava. Isso me deixa muito feliz, mas também me obriga e pedir desculpas a eles. Vi isso ontem com muita alegria e algum espanto, e o meu desconforto é por causa desse meu espanto. Porque eu me espantei com a maturidade, alegria, beleza e seriedade com que eles organizaram esse jantar? Porque eu me espantei com a beleza dos seus amigos e dos pais deles? Porque eu me espantei de ouvir outros pais sabendo coisas sobre meus filhos que eu mesma não sei?


Tive acesso à vida adulta e privada deles e gostei. Reconheço isso. Gostei muito do que vi. Sinto que perdi algo, quando em algum momento eles foram crescendo...mas que ganhei algo muito melhor...a visão dos meus filhos exercitando a vida adulta e suas relações.


Sempre disse para eles algo que pode parecer até cruel. Eu dizia que eles podia fazer o que eles quisessem , mas que a minha única grande expectativa é que eles superassem a nós, os seus pais. Que eles fossem melhores que a gente foi um dia. Porque eles estavam sendo criados sobre esse legado.


Estou imensamente feliz pois ontem meus filhos me superaram em muito!

Eles cresceram e foram muito melhores que eu. Ontem vi dois rapazes com amigos lindos, que são queridos pelos pais desses amigos e por suas namoradas. Rapazes que são abertos e conectados aos seus sentimentos, pessoas integras e que sabem construir e cultivar relações de afeto importantes.


Eles têm bons amigos, e uma pessoa que sabe construir relações assim, com certeza têm mais chances de ser feliz!


Namastê


Ludmila Rohr