Recentemente, por defender a causa dos homossexuais, fui violentamente ofendida e ameaçada no Twitter. Embora acredite que as injustiças cometidas contra qualquer criatura são problemas meus também, entendo que normalmente as pessoas pensem que se um problema não as afeta diretamente, signifique que aquele problema não é delas. Esse é, normalmente, o raciocínio das pessoas. Convivo mais com isso do que gostaria. Sei que é dessa forma pequena e egocentrada que normalmente as pessoas vivem.
Esse comportamento egoísta é o que sustenta o Bullying. A grande maioria das pessoas não são nem vítimas, nem agressores em uma situação de bullying. A maioria faz parte do grupo que se cala porque entende equivocadamente que nada tem a ver com aquilo. Para mim é claro que a maioria silenciosa e por isso mesmo conivente, é que sustenta o comportamento de agressores cada vez mais violentos e confiantes de que não terão seus atos reprimidos. Assim como, essa mesma maioria é que teria o poder de mudar essa realidade.
Tenho acompanhado com interesse especial o trabalho do querido Jean Wyllys, escritor baiano e que no último pleito, foi eleito Deputado Federal. A forma corajosa com que ele luta pelo direitos dos homossexuais me comove. Adoro ler seus tweets e o acompanho com atenção. Normalmente replico seus tweets e reflito sobre preconceito e discriminação. Coloco minha opinião sobre o quão inútil (ao meu ver) é a luta contra o PRECONCEITO, já que o preconceito é interno, é um pensamento, vem de crenças e da ignorância sobre a vastidão do que é ser humano e só teria fim com muita informação e não pela força da lei. Reforço a importância da luta contra a DISCRIMINAÇÃO, que é a ação do preconceito. Acredito piamente que a discriminação deve ser combatida, reprimida e punida pela força da Lei, mas não acredito que possamos acabar com o preconceito usando das mesmas armas.
Normalmente quando estou discutindo esse tema, recebo tweets de pessoas que me perguntam porque me envolvo com isso? Recebo também tweets de pessoas que perguntam se sou lésbica. Minha resposta sempre é a mesma. Digo que isso é um problema de todos nós, que quando alguém é injustiçado, todos nós somos injustiçados também. Esclareço que as causas não existem para atender a necessidades individuais, que as minorias injustiçadas são responsabilidade de todas as pessoas conscientes. Discuto o papel da conivência gerada pelo silencio. Quando me irritam, perco a paciência e respondo que não sou lésbica e também não sou estúpida.
Achar que a causa dos homossexuais que têm seus direitos negados é um problema dos homossexuais é um pensamento extremamente egoísta. Esse é meu pensamento com relação a toda minoria ofendida e violada nos seus direitos. Se podem negar direitos a um grupo de pessoas, quem garante que não negarão a outros grupos e mais outros e um dia teremos perdido nossos direitos e a nossa voz?
Tenho empatia por lutas de qualquer grupo que sinta que seus direitos estão sendo negados, sinceramente, dói em mim. Não preciso ser lésbica ou ter um filho gay, para ter empatia com a causa gay. Quem conhece meu blog já leu em vários posts sobre o quanto isso me incomoda. Odeio a filosofia do "cada um por si", ou do "farinha pouca meu pirão primeiro". Acho a falta de sentimento de coletividade uma doença grave da humanidade.
Essa semana em mais um dia de tweets sobre comportamentos homofóbicos, fui atacada. Recebi ameaças de morte. Me chamaram de "vadia", "rameira", "sapatão" e "puta", disseram que eu "merecia a morte por empalamento", disseram que "Deus não teria tempo de me punir", porque "eles" que se auto-intitulavam "defensores do bem", o fariam. Um dos tweets que foi assinado por um tal de "anjo branco", dizia que "nem para ser estuprada eu servia", que "com minha cara de sapatão" eu deveria ser morta. Essas são algumas das pérolas produzidas pelo ódio contra os homossexuais que respingaram em mim.
Repliquei muitos dos tweets, e imediatamente pessoas muito carinhosas me defenderam, e diziam que eu não merecia isso, ou que eu não ligasse para eles. Recebi o carinho, mas fiquei muito preocupada com essa reação. Expliquei que nenhum dos tweets violentos haviam "me" ofendido. Que ninguém estava ofendendo Ludmila Rohr, eles estavam ofendendo a todos nós. Não era um ódio contra a minha pessoa, era ÓDIO, simplesmente ÓDIO, e esse sentimento é contra todos. Que eles não deveriam ter pena de mim, e sim de todos nós e de si mesmo também.
O que quero dizer é que o ÓDIO não vê cara. Quem odeia e alimenta ódio, simplesmente exalará esse ódio e mesmo que ele não seja canalizado na minha direção, ele me afetará. O ódio contra um ser humano é contra todos os seres humanos. Cada vez que respiro aliviada por que não fui eu a vítima dessas pessoas, mais eu as alimento. Somos todos vítimas do ódio e precisamos todos combatê-lo independente da direção que ele assuma.
Moro nos EUA, e por conta do meu tipo físico, não sou vítima de nenhum tipo de preconceito contra imigrantes, mas não posso me esquecer que sou uma imigrante quando minha faxineira El Salvadorenha é ofendida. Quando um negro é ofendido por sua cor, eu sou ofendida. Quando um homossexual é ofendido por sua orientação sexual, eu também sou. Quando me perguntam porque me ofendo, respondo: Por que meu mundo seria muito melhor sem os homofóbicos, racistas, xenofóbicos.... o meu, o seu, o nosso mundo seria muito melhor sem o ódio gratuito que essas pessoas disseminam acobertadas por aqueles que calam.
Quero encerrar esse post com esse poema que eu amo e que talvez nos ajude a refletir.
Esse comportamento egoísta é o que sustenta o Bullying. A grande maioria das pessoas não são nem vítimas, nem agressores em uma situação de bullying. A maioria faz parte do grupo que se cala porque entende equivocadamente que nada tem a ver com aquilo. Para mim é claro que a maioria silenciosa e por isso mesmo conivente, é que sustenta o comportamento de agressores cada vez mais violentos e confiantes de que não terão seus atos reprimidos. Assim como, essa mesma maioria é que teria o poder de mudar essa realidade.
Tenho acompanhado com interesse especial o trabalho do querido Jean Wyllys, escritor baiano e que no último pleito, foi eleito Deputado Federal. A forma corajosa com que ele luta pelo direitos dos homossexuais me comove. Adoro ler seus tweets e o acompanho com atenção. Normalmente replico seus tweets e reflito sobre preconceito e discriminação. Coloco minha opinião sobre o quão inútil (ao meu ver) é a luta contra o PRECONCEITO, já que o preconceito é interno, é um pensamento, vem de crenças e da ignorância sobre a vastidão do que é ser humano e só teria fim com muita informação e não pela força da lei. Reforço a importância da luta contra a DISCRIMINAÇÃO, que é a ação do preconceito. Acredito piamente que a discriminação deve ser combatida, reprimida e punida pela força da Lei, mas não acredito que possamos acabar com o preconceito usando das mesmas armas.
Normalmente quando estou discutindo esse tema, recebo tweets de pessoas que me perguntam porque me envolvo com isso? Recebo também tweets de pessoas que perguntam se sou lésbica. Minha resposta sempre é a mesma. Digo que isso é um problema de todos nós, que quando alguém é injustiçado, todos nós somos injustiçados também. Esclareço que as causas não existem para atender a necessidades individuais, que as minorias injustiçadas são responsabilidade de todas as pessoas conscientes. Discuto o papel da conivência gerada pelo silencio. Quando me irritam, perco a paciência e respondo que não sou lésbica e também não sou estúpida.
Achar que a causa dos homossexuais que têm seus direitos negados é um problema dos homossexuais é um pensamento extremamente egoísta. Esse é meu pensamento com relação a toda minoria ofendida e violada nos seus direitos. Se podem negar direitos a um grupo de pessoas, quem garante que não negarão a outros grupos e mais outros e um dia teremos perdido nossos direitos e a nossa voz?
Tenho empatia por lutas de qualquer grupo que sinta que seus direitos estão sendo negados, sinceramente, dói em mim. Não preciso ser lésbica ou ter um filho gay, para ter empatia com a causa gay. Quem conhece meu blog já leu em vários posts sobre o quanto isso me incomoda. Odeio a filosofia do "cada um por si", ou do "farinha pouca meu pirão primeiro". Acho a falta de sentimento de coletividade uma doença grave da humanidade.
Essa semana em mais um dia de tweets sobre comportamentos homofóbicos, fui atacada. Recebi ameaças de morte. Me chamaram de "vadia", "rameira", "sapatão" e "puta", disseram que eu "merecia a morte por empalamento", disseram que "Deus não teria tempo de me punir", porque "eles" que se auto-intitulavam "defensores do bem", o fariam. Um dos tweets que foi assinado por um tal de "anjo branco", dizia que "nem para ser estuprada eu servia", que "com minha cara de sapatão" eu deveria ser morta. Essas são algumas das pérolas produzidas pelo ódio contra os homossexuais que respingaram em mim.
Repliquei muitos dos tweets, e imediatamente pessoas muito carinhosas me defenderam, e diziam que eu não merecia isso, ou que eu não ligasse para eles. Recebi o carinho, mas fiquei muito preocupada com essa reação. Expliquei que nenhum dos tweets violentos haviam "me" ofendido. Que ninguém estava ofendendo Ludmila Rohr, eles estavam ofendendo a todos nós. Não era um ódio contra a minha pessoa, era ÓDIO, simplesmente ÓDIO, e esse sentimento é contra todos. Que eles não deveriam ter pena de mim, e sim de todos nós e de si mesmo também.
O que quero dizer é que o ÓDIO não vê cara. Quem odeia e alimenta ódio, simplesmente exalará esse ódio e mesmo que ele não seja canalizado na minha direção, ele me afetará. O ódio contra um ser humano é contra todos os seres humanos. Cada vez que respiro aliviada por que não fui eu a vítima dessas pessoas, mais eu as alimento. Somos todos vítimas do ódio e precisamos todos combatê-lo independente da direção que ele assuma.
Moro nos EUA, e por conta do meu tipo físico, não sou vítima de nenhum tipo de preconceito contra imigrantes, mas não posso me esquecer que sou uma imigrante quando minha faxineira El Salvadorenha é ofendida. Quando um negro é ofendido por sua cor, eu sou ofendida. Quando um homossexual é ofendido por sua orientação sexual, eu também sou. Quando me perguntam porque me ofendo, respondo: Por que meu mundo seria muito melhor sem os homofóbicos, racistas, xenofóbicos.... o meu, o seu, o nosso mundo seria muito melhor sem o ódio gratuito que essas pessoas disseminam acobertadas por aqueles que calam.
Quero encerrar esse post com esse poema que eu amo e que talvez nos ajude a refletir.
"Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim e não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz,
e conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta, e já não podemos dizer nada."
Eduardo A. da Costa. (O poema que Maiakovski nunca escreveu)