domingo, 29 de janeiro de 2012

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO!

Nunca cansarei de dizer que cada dia que tenho vivido aqui na Coréia tem me deixado extremamente encantada! Alguém no twitter me perguntou se eu já conseguia ver coisas ruins nesse país, minha resposta foi que ainda estou muito apaixonada para vê-las. Sei que elas existem, não sou uma "Polyanna", longe disso, mas assim como quando morei nos EUA, meus olhos preferiam ver o que me encantava, aqui na Coréia, eles tem funcionado do mesmo jeito. Acho que sou uma pessoa apaixonada. Sofro da doença do encantamento. Espero que não tenha cura para esse "mal".

Seul é uma cidade imensa, e como já disse aqui, esse país renasceu das cinzas e muito rapidamente, por isso mesmo, quando contextualizo historicamente esse país, meu encantamento chega a níveis mais elevados ainda. Esse é realmente um mundo novo, dentro de um muito antigo.

Hoje quero mostrar pra voces mais alguns detalhes desse país incrível.

Robô recepcionista 

Tinha que fazer uma consulta médica. Dentre a lista de clínicas e hospitais que nos foi oferecido, escolhi um hospital Universitário porque eles diziam tinham médicos que atendiam em inglês. Pegamos o metrô (não tenho carro pela primeira vez na vida desde os meus 18 anos e não sinto falta), e chegamos facilmente ao local.
Chegando na recepção fomos surpreendidos por essa robô recepcionista. Gente, ela é linda!!!!! Olha nos olhos da gente enquanto fala, se mudarmos de posição os olhos dela nos acompanham! Ela oferece as primeiras informações sobre os serviços do hospital.

É claro que fiquei parecendo uma abestalhada tirando fotos da robô! Os coreanos passavam tranquilamente, mesmo os idosos, ninguém se espantava ou se surpreendia com ela, mas eu estava boba. Completamente boba. Mas me digam se vocês não ficariam também?  Admirável Mundo Novo!




Mas esse mesmo hospital conseguiu me encantar ainda mais, não só pela pontualidade do atendimento, nem pela qualidade dele, mas pelo que vi em seguida: Música clássica ao vivo para todos que ali estivessem. 

Pessoas que esperavam consultas ou faziam vistas, pacientes carregando seus soros e de roupas de internamento, todos sentados ouvindo música de qualidade e ao vivo!

As pessoas aplaudiam ao término de cada peça. Gente, me digam se isso não é lindo??? Me digam se isso não é absolutamente incrível? O mesmo hospital que lida com tecnologia avançada, lida com aspectos da alma que só a música acessaria de forma curadora. Não é pra se apaixonar? Admirável Mundo Novo!




cinema 4D
Uma informação que talvez vocês não tenham é de que a Coréia produz cinema de qualidade. Eles sempre estão exibindo em suas salas, as produções nacionais. Infelizmente pra mim, elas são inacessíveis devido ao idioma. Entretanto quando eu voava dos EUA para cá, pude assistir um filme coreano no avião já que tinha legenda em Inglês, e posso garantir, eles não são amadores, nem muito menos histriônicos como os indianos, eles fazem cinema que agradaria a qualquer público do ocidente.

Fomos ao cinema em um mega shopping center como em qualquer país ocidental, e lá soube que eles tem salas 4D. Devo ser a pessoa mais abestalhada desse mundo, mas eu nunca soube que essas salas existiam e nem fazia idéia do que era isso.

A sala 4D oferece sensações junto ao filme. Além dos efeitos tridimensionais que já estamos acostumados com os filmes 3D, a sala 4D tem cheiro, vento, muda a temperatura de acordo com o filme, as cadeiras balançam te levando a sentir o movimento que está nas telas ... ou seja, um loucura. Admirável Mundo Novo!



Os metrôs são para mim um grande motivo de inveja. Morro de inveja do Sistema Público de Transporte da Coréia. Metrôs que atendem 100% da cidade, com estações lindas, confortáveis e seguras me matam de inveja. Queria que Salvador tivesse 1/10 do que eles tem! 

Cada vez que pego uma linha de metrô diferente descubro estações que me impressionam. Vejam essa estação da foto. São lindas ... na maioria delas é possível encontrar cafés, Shoppings Undergrounds e mercados... elas são limpas, imensas e nos revelam uma Seoul underground. Seul existe em cima e embaixo, essa é uma constatação incrível. Temos duas cidades para conhecer, e as duas são lindas.

Admirável Mundo novo.

Estou apaixonada, é verdade. Sei que eles tem problemas importantes nesse país. Eles estão preocupados com os níveis crescentes de casos de "bullying"nas escolas, que é resultado de uma juventude extremamente competitiva. Eles precisam colocar os estudantes para fora das escolas porque os alunos simplesmente não querem parar de estudar. O nível de suicídio entre jovens aumenta, devido a dificuldade em lidar com o fracasso e as cobranças. Acho que existe um "gap"grande entre os velhos coreanos que viveram a pobreza e a miséria pós-guerra e a juventude que nasceu em um país rico e próspero. Isso provavelmente constitui um problema social aqui, mas para mim....uma estrangeira encantada...nada consegue diminuir meu encantamento e só aumentam as minhas questões com os caminhos sócio-econômicos do nosso Brasil.

Porque eles chegaram aqui e nós não? Alguém sabe responder?

Ludmila Rohr

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ALEGRIA, SEU NOME HOJE É CORAGEM!

Completei meu primeiro mês morando na Coréia e continuo muito apaixonada por esse país. 
Muitas coisas me encantam aqui, mas o imbatível e moderníssimo Sistema Público de Transporte que atende 100% da cidade com metrôs modernos, limpos e seguros continua me deixando morta de inveja. Consigo ir para todo lugar sozinha e até agora, não senti nenhuma necessidade de ter um carro. Desde os 18 anos tenho carro, é a primeira vez desde então que fico sem, e confesso que nenhuma falta tem me feito. 


Outra coisa que me deixa, como brasileira, me contorcendo de inveja é a imensa sensação de segurança que temos aqui. Podemos andar para qualquer lugar a qualquer hora sem nenhuma sensação de medo. Para onde vamos, vemos muita gente andando a pé nas ruas e também nos metrôs. Adolescentes e jovens estão em toda parte e andam em absoluta segurança. Crianças pegam metrôs sozinhas. Isso é perfeito, não? O mais interessante disso é que quase não vemos policiamento nas ruas, diferente dos EUA onde morava antes, em que me sentia muito segura porque em todo lugar via policiais (morria de inveja dos bem equipados policiais americanos), aqui nunca os vemos e mesmo assim a segurança é incrível. 

Adoro a beleza do encontro do Tradicional com o Moderno que vemos em Seul. Ao lado de uma linda Pagoda, pode estar um imenso e moderno arranha-céu. Adoro a elegância e beleza sofisticada dos coreanos. Homens e mulheres são estilosos e extremamente fashion, além de muito elegantes. Cabelos lindos e peles maravilhosas. Adoro a comida coreana, e adoro também andar por suas ruas parando pra tomar um café em uma das suas milhares de cafeterias. Adoro o estilo de vida de uma grande capital. 

Mas, como vocês já me conhecem, o que amo mesmo é conhecer pessoas. Adoro conhecer gente. Adoro observar pessoas. Adoro saber o que elas pensam e como se sentem. Simplesmente adoro. Por conta disso, assim que cheguei aqui me matriculei em uma Escola de Inglês em um grupo de conversação, onde todos os meus colegas são estudantes colegiais e universitários coreanos. Eles agora estão de férias e aproveitam o tempo para estudar (como no Brasil, não é?). Quando cheguei lá, todos pensaram que eu fosse uma professora, até hoje eles (os que não são meus colegas) pensam isso.

JOY (Alegria) 
Nesse curso conheci Joy Lee e quero apresentá-la a vocês. Ela tem 21 anos e estuda Turismo com Interpretação em Inglês. Ela é doce e alegre, e é claro que já a estou chamando de minha "filha coreana", ao que ela responde me chamando de "minha mãe brasileira". Aos meus olhos, ela parece ingênua e mais doce e atenciosa, comparada aos jovens da mesma idade no Brasil. Ela tem uma ternura fácil de reconhecer no tom da voz e na forma como segura na minha mão enquanto anda, mas tenho observado que eles são assim. 

Ela me contou que durante todo o seu segundo grau na escola, tinha aulas todos os dias, inclusive aos domingo, de 7:30 da manhã até a meia noite. Apenas aos sábados que as aulas eram de 10 da manhã às 10 da noite. Nunca tinham folgas. Estudar era a obrigação máxima. Eles realmente acreditam que os estudos são a única forma deles terem um bom futuro. Eles acreditam no esforço e na dedicação. Provavelmente seriam vistos como "os otários" no Brasil, país acostumado a acreditar na esperteza e na sorte, e a desmerecer e desqualificar os esforçados. Bom....eles estão no futuro, enquanto o Brasil continua sendo um país do futuro, podemos tirar nossas conclusões sobre quem acertou na forma de caminhar.

Minha amiga coreana me conta muitas coisas sobre seu povo e eu conto sobre o nosso. Ela se encanta com as fotos e filmes que mostro do Brasil e de Salvador. Ouvimos música brasileira juntas e ela me mostra os jovens cantores e artistas de cinema coreanos. Já ouvimos Carlinhos Brown, Gal Costa e Caetano, além claro de vermos juntas muitos vídeos de Ivete Sangalo. Mostrei cenas do carnaval na Bahia e das praias de Salvador. Ela acha tudo muito lindo...e posso entender...de longe e em fotos, somos beleza pura.



Combinamos de estudarmos após as aulas que acontecem pelas manhãs, mas sempre arranjo um jeitinho de apenas papearmos ou darmos uma volta pela cidade, no que ela consente e se diverte, mas ao se despedir de mim, sei que vai para a biblioteca estudar (todos os dias). Eles viveram muitos anos de guerras, invasões, fome e destruição; conseguiram em menos de 50 anos sair da miséria absoluta para a modernidade e excelência em educação, segurança e transporte público. Hoje eles tem empresas que estão no mundo todo, marcas como Hyundai, Kia, LG e Samsung são conhecidas em todo planeta, eles ganham concorrências internacionais e ficam cada vez mais ricos e prósperos. Eles não querem perder tempo, eles querem crescer mais ainda, por isso os jovens estudam muito. 

Hoje, minha amiga Joy teve uma experiência daquelas que nos marcam dolorosamente a fogo para o resto das nossas vidas e tenho certeza de que ela nunca mais na vida a esquecerá. Estávamos em espécie de Mall com várias lojinhas, eu, ela, uma amiga brasileira e mais outras duas meninas coreanas que são nossas colegas também. Éramos cinco mulheres juntas rindo e falando alto (cena fácil de imaginar em qualquer lugar do mundo), quando um homem de meia idade falou alguma coisa com minhas amigas (em coreano), que obviamente não pude entender, mas pude perceber pela mudança da energia delas, que ele as estava recriminando. Soube que ele havia sido rude, reclamando do nosso barulho e mandando-as sair dali. Como boa baiana ( e filha de Jair de Brito) disse pra elas que não iríamos sair, que não estávamos fazendo nada de errado e que tínhamos direito de estar ali. Só depois iria perceber que as tinha colocado em uma situação difícil e inusitada.

Minha amiga ouviu muitas coisas desse homem sem que eu entendesse nada e nem pudesse ajudá-la. Ela sem alterar a voz respondia as suas agressões, em seguida me pedia desculpa muito envergonhada como coreana, pelo ataque deste senhor. Até então eu estava levando a situação na "esculhambação" como é comum para nós brasileiros, mas em algum momento "caiu a ficha" de que a minha amiga estava pela primeira vez na vida enfrentando uma pessoa mais velha que ela. Comecei a entender que aquilo que para mim significava nada, para ela era uma quebra de paradigma. Pude vê-la "plantada"com pernas firmes, olhando nos olhos daquele senhor grosseiro e mal educado, e dizer firmemente que ele não tinha esse direito. Nunca saberei ao certo o que aconteceu entre eles dois, mas vi que minha amiga doce e alegre, de repente se transformou diante dos meus olhos em uma guerreira corajosa e forte.

É claro que minha amiga derramou lágrimas de indignação em seguida.
Me senti completamente solidária e com uma profunda conexão empática com ela, eu queria bater e xingar aquele homem que havia ofendido-a. Reforcei sua luta dando-lhe palavras de encorajamento e é claro, dando uma "descascada" no grosseirão (ensinei alguns palavrões em português também) mas daquele momento em diante, pude ver que JOY, cujo nome significa ALEGRIA (em inglês) e que tem carinha e voz de menina doce,  é na verdade uma linda, nobre e corajosa mulher.

Joy, minha filha coreana
Minha linda Alegria, hoje seu nome foi Coragem.

Obrigada por ter entrado na minha vida!
Você já mora no meu coração.


Ludmila (sua mãe brasileira e orgulhosa)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

UMA SEMANA EM BALI (INDONÉSIA)!

Meus queridos, 

Rompi o ano em Bali!!!
Isso não é mágico? 

Passei os últimos dias de 2011 e os primeiros de 2012 nessa ilha da Indonésia. 
Foram dias encantadores e quentes. É importante dizer que deixei a Coréia com 11 graus negativos e cheguei em Bali com 30. Deixei a neve para um sol tropical. Contarei um pouco dessa viagem com algumas fotos que tirei.

Ao chegarmos em Bali, além do calor, nos deparamos com a estética balinêsa. Muitas cores fortes nos seus tecidos que são famosos pelo mundo e suas esculturas inspiradas no hinduísmo ( a maioria da população de Bali é Hinduísta, embora a Indonésia tenha uma maioria Muçulmana ).


É impossível não ser tomada pelo impulso de sair comprando um monte de coisas que depois você não sabe onde colocar. 

As esculturas são lindas e impactantes. Pra mim que sou apaixonada pelas histórias do hinduísmo, fica difícil não se render a esse impulso. 

Confesso que tive que brigar comigo mesma e me lembrar que moro hoje em um flat e não tenho espaço nem pra minhas coisas, quanto mais pra comprar um monte de coisa em cada viagem que fizer. Fiz um acordo com meu impulso: Em cada viagem só posso comprar uma peça. Comprei uma escultura em madeira do Lord Ganesha, ela agora está na minha sala me olhando enquanto escrevo.


As manifestações religiosas não são tão tocantes como as que vi nas minhas viagens a Índia. Aqui a religiosidades existe, mas tive a impressão que ela não ocupa o mesmo lugar de importância que tem para os indianos, mas nem por isso elas não deixam de ser emocionantes. 

Nessa foto flagrei um momento em que uma família fazia um ritual de agradecimento. Nosso guia nos contou que isso é muito comum. Parecia uma pequena procissão. Eles cantavam mantras e caminharam na direção de um templo sagrado. 


Esses pequenos cestinhos com oferendas estão em todos os lugares. Mas em todos os lugares mesmo. Na porta dos estabelecimentos comerciais, bares, restaurantes, nas praias, nas esquinas, nos hotéis, nas ruas, em todo lugar que eu tenha andado.

As pessoas fazem oferendas o tempo inteiro e invocam aos Deuses, proteção e abundância. Em qualquer lugar por onde andei, vi essas cestinhas com flores, incensos, alimentos cereias e até mesmo cigarros.

Nos templos que estão em qualquer esquina, é possível ver mulheres que passam horas a fio fazendo essas oferendas. 



Esse é um dos prédios de um templo imenso...e lindo....
Saímos da praia e subimos as montanhas de Bali para conhecermos esse templo que mais parece uma cidade, com muitas construções milenares em forma de Pagoda. As maiores pagodas que já vi, estão no Nepal, embora muitos pensem que as Pagodas são um estilo de construção chinês, os nepaleses garantem que sua pagodas são anteriores às da China e que as mais altas estão lá. 

Essas de Bali impressionaram por comporem um complexo que é um templo. Cheias de escadas, que levam pra níveis mais elevados, as pagodas mostram também um aspecto social, que são as castas que dividem a sociedade. 

Esse templo era silencioso..no alto de uma montanha...lugar bom para meditar e vibrar...nos convidava à contemplação, e ao longe eu podia escutar as cantorias de pessoas que ali estavam a rezar.


O caminho da praia mais famosa de Bali passava por uma vegetação abundante. Muito legal sair de uma paisagem de neve, onde o verde se recolheu e as cores oscilam entre o branco e os tons de cinza, para uma floresta verde e vibrante.

Bali é cheia de vida tropical...

Percorremos um caminho tão lindo quanto mágico para chegarmos a Padang-Padang, que me lembrou demais as maravilhosas praias de Itacaré, na Bahia. Na verdade cheguei a pensar que quem conhece Itacaré, não precisa vir para as praias de Bali.



Essa é Padang-Padang.

Linda. Com areias brancas, água morna e transparente, verde para todo lado, e emoldurada por um céu azul perfeito.

Mergulhei nessa praia do Oceano Índico. Fiz meu mergulho de limpeza de final de ano nesse mar.

Ela é uma piscina, com rochas imensas... águas calminhas e quentinhas... Até a mim, que não sou chegada a uma praia (confissão íntima), apesar de amar o mar, essa praia conseguiu seduzir.  


Mais uma foto de Padang-Padang pra aumentar o encantamento e o resto da confissão:

Morei em Salvador na Bahia a maior parte da minha vida, morava em frente ao mar, e ia a praia no máximo uma vez por ano, (normalmente dia 1 de janeiro) ... acho que esse mergulho deve valer por uns dois anos ou mais.

Agora falando sério, sabe o que Padang-Padang ou as praias de Bali tem que as praias do Brasil não tem? Segurança.

Passamos horas nas praias de Bali sem sentir nenhuma espécie de medo ou sensação de insegurança. Deixávamos a bolsa na areia e íamos mergulhar tranquilamente. Nenhum medo, nenhuma ameaça. Isso sim é um paraíso de deixar a gente com inveja e com vergonha. 



É claro que onde existe mar, existe frutos do mar.
Aqui eles tem em abundância. Peixes, lulas, lagostas, camarões, ostras e tudo mais que venha do mar. Pratos maravilhosos são preparados com eles, e essa pessoa aqui que já não gosta de comer (mentirinha), se acabou nesse pratos, ganhando de volta uns poucos quilinhos que eliminei com a saída do Texas.

As preparações são apimentadas. Eles usam muito gengibre e pimenta, com pouquíssimo sal. Sabores que impressionam nosso paladar. 

Essa é uma lagosta assada na brasa, como um churrasco. Incrivelmente deliciosa. 




Já que o assunto agora é esse, vamos partir para a cerveja famosa da Indonésia.

Eu nunca havia ouvido falar dela, mas ao chegar em Bali é impossível não vê-la. Ela está em todos os bares, em camisetas que os turistas australianos vestem, em acessórios dos bares...  everywhere...  pra onde você olhe, tem a marca Bintang na sua cara. Eles são orgulhosos dela, e ficam felizes quando você a solicita, no lugar de qualquer marca de cerveja importada.

Quando for a Bali, não deixe de pedir uma Bintang. Se ela é gostosa? Acho que é.  Bebi algumas, mas no calor, qualquer cerveja gelada me serve, não sou muito exigente.



Saindo da farra das comidas e se tornando a própria comida.
Assim que nos sentimos quando decidimos experimentar virar comida de peixe. 

Em todo lugar de Bali você poderá encontrar esses "aquários" cheios desses peixinhos famintos que comem tudo aquilo que você não tirou com a pedra pomes, ou que por falta de manicures se acumularam nos seus pés (nos meus).  

Gente....vocês não podem imaginar a aflição que isso provoca. Depois de muitos gritos consegui relaxar e deixar os peixes se alimentarem à vontade.

Recomendo essa experiência exótica.


Apresento-vos o LUWAK.

Esse bichinho bonitinho é o famoso Luwak. Pra quem não o conhece, vou contar sua história.
Ele vive perto dos cafezais (aqui em Bali tem muito café), eles comem os grãos de café que caem dos pés. Eles não possuem enzimas capazes de digerir esses grãos. Eles os defecam. Esse cocô famoso, é catado, limpo (assim espero) e torrado, para se transformar no famoso e caríssimo café KOPI LUWAK.
Eu, uma cafeinômana assumidíssima, tomei esse café.
O danado é gostoso mesmo. 
Se forem a Bali, bebam o famoso café Kopi Luwak (que um dia foi defecado), nem que seja pra contar para os amigos, por que é tão caro que não dá pra manter o vício.




Os arrozais da Indonésia são outro ponto de beleza absurda.
Viajar pelos campos e montanhas de Bali é com certeza se deparar com imagens de uma beleza sem tamanho.
O verde é poderoso.... e essas plataformas de arroz que cobrem as montanhas nos colocam em uma cena de filme.

Bali não é uma ilha grande, então quando subimos uma montanha, em algum momento vamos ver o oceano de lá. 

Então tente imaginar montanha, muito verde, essas escadarias de arrozais e o oceano do outro lado... sonho.



Isso é Bali.

Respire bem profundamente e sinta o poder desse lugar.
Bali é linda.
Bali é alegre, animada, religiosa, mundana, colorida, saborosa, cheirosa....
Bali é um lugar lindo, mas em sua história recente, sofreu dois ataques terroristas com bombas.

Você consegue imaginar um lugar assim sendo vítima de um atentado terrorista? Eu não. Nem o povo que mora aqui. Nosso guia nos contando como foi em 2005 quando muitos turistas (principalmente australianos), morreram no atentado, em algum momento ele nos olha e fala incrédulo: "Why Bali? Why Bali?"

Sua indignação não tem resposta.

A única explicação que consigo ter pra mim, é que o ser humano tem uma capacidade absurda de produzir o bem, assim como o mal, e que muitas vezes confundimos um com o outro. 

Meu desejo para 2012 é que eu possa estar mais lúcida a respeito da diferença entre eles dois, e que minhas ações sejam cada vez mais construtivas e menos destrutivas.

Feliz 2012!