Desculpem a demora por um novo post, estive bem ocupada vivendo momento bem legais da minha vida, e os compartilharei assim que possível. Hoje quero contar sobre uma experiência linda que vivi em Seul, onde moro, que se chama CHERRY BLOSSOM, o desabrochar das cerejeiras.
Esse é um evento esperando com ansiedade pelo povo da Coréia, país que moro e que aprendi sem esforço a amar. Eles tem um inverno gelado e poderoso, que produz um comportamento na natureza, assim como nas pessoas, típico do frio. Entretanto, basta que esse inverno ceda aos poucos para o calor do sol, para a cidade se transformar em um lugar lindo, e mágico. Milhares de árvores que antes eram galhos secos, desabrocham ao mesmo tempo, produzindo um espetáculo de deixar qualquer um encantado.
Imaginem que pegamos frio de -20C, por várias e várias semanas, temperaturas que oscilam entre -10 e -20 C, ventos gelados que descem dos desertos da Mongólia... Frio que congela tudo pela frente, e que deixa a natureza recolhida, com aparência de morta, mas apenas hibernando, a espera de um sopro de calor.
Quando o inverno começa a ceder e o calor que chega, a natureza revela de forma impressionante a vida que esperava quieta, mas poderosa. As árvores começam a verdejar e de um dia para o outro, todos os galhos que pareciam mortos explodem em vida verde e colorida. As pessoas se vestem de forma mais alegre, as crianças saem nas ruas, as famílias inteiras se põem a passear pelos parques, a alegria que hibernava, explode poderosa.
Nunca vi nada igual na minha vida!
A expressão comum de que a vida sempre florescerá, é vivida de forma literal nessa cidade marcada pela luta em centenas de anos de guerras, e por esse povo que aprendeu a nunca desistir e a acreditar sempre em si mesmo e na sua capacidade de regenerar e se recuperar!
Uma benção! O Cherry Blossom é um símbolo perfeito desse país que teve que se recolher por tanto tempo, mas que floresceu para o mundo de forma surpreendente.
O impressionante é que as cerejeiras que existem na Coréia foram plantadas pelos japonêses, e por isso mesmo eram um símbolo da dominação, humilhação, da dor e das violências que os coreanos sofreram por parte deles durante anos e anos de invasão e domínio.
Os coreanos quando se viram livres do julgo japonês, queriam arrancar todas as cerejeiras que os lembravam desse período triste da sua história, mas não conseguiram. As cerejeiras lindas e mágicas com sua beleza generosa, que se derrama para todos que quiserem ver, os seduziram. Eles não conseguiram odiar tanta beleza. Os coreanos foram seduzidos pelo Cherry Blossom e se renderam a elas. A beleza foi mais poderosa que o rancor ou qualquer sentimento de vingança.
Os coreanos quando se viram livres do julgo japonês, queriam arrancar todas as cerejeiras que os lembravam desse período triste da sua história, mas não conseguiram. As cerejeiras lindas e mágicas com sua beleza generosa, que se derrama para todos que quiserem ver, os seduziram. Eles não conseguiram odiar tanta beleza. Os coreanos foram seduzidos pelo Cherry Blossom e se renderam a elas. A beleza foi mais poderosa que o rancor ou qualquer sentimento de vingança.
Bom...eu não vivi guerras na Coréia, pelo menos que me lembre. Eu vivi o Cherry Blossom. Eu vivi e senti na pele (e na alma), o poder incontrolável da natureza.
Eu confesso também que me renderia facilmente a essa beleza mesmo que tivesse vivido essa guerra. Eu confesso que nenhum sentimento negativo que houvesse na minha alma, conseguiria resistir a tanta luz e brilho.
Tenho certeza de que a beleza é curadora. Sei que a vida se renova mesmo quando não temos mais fé nisso.
Penso que assim como as cerejeiras da Coréia, a nossa beleza interna precisa apenas se expor ao sol para ser revelada!
Vamos brilhar! Vamos revelar nossa beleza! Vamos nos render à vida!
Deixemos de lado qualquer sentimento negativo que ofusca a luz nos nossos olhos!
Obrigada Coréia por me presentear com esse espetáculo poderoso e delicado ao mesmo tempo, e certamente, inesquecível!
Com amor,
Com amor,
Ludmila Rohr