quarta-feira, 21 de agosto de 2013

DIÁRIO DE UMA VIAGEM A ÍNDIA

eu, "pongando" na viagem do marido
Quando eu era adolescente dizia que só iria a Índia depois dos 40 anos, pois imaginava que até lá teria criado os meus filhos, e se não quisesse voltar, poderia ficar tranquila. Fui a Índia pela primeira vez depois dos 40, e amei. Foi uma viagem cheia de excitação, muita expectativa e muita ansiedade. A viagem foi perfeita. Amei cada dia. Chorei de emoção várias vezes e resumi essa viagem como um reencontro com raízes espirituais profundas. Um ano depois dessa viagem, voltei trazendo um pequeno grupo, mas um grupo que tinha algo de muito especial, nele estavam meu marido e meu filhos. Agradeço à vida por cada segundo dessa experiência. Poder levar meus filhos a Índia é uma das coisas que mais me orgulho na vida. Minha terceira vez aconteceu no ano seguinte. Levei mais um grupo. Depois dessa, achei difícil voltar levando grupos. Muita preocupação. Lidar com expectativas dos outros é complicado. Pensava que voltaria a Índia, com pessoas amigas, com minha irmã, mas não a trabalho, só para vivenciar essa cultura sem pressão externa, mas nunca imaginei que um dia viria a Índia por conta do trabalho do meu marido.

Bom, aqui estou eu, na minha quarta viagem a Índia, literalmente "ponguei" na viagem do marido. Ele viria para uns testes em Bangalore, e resolvi que não devia perder essa chance. Acertei. Vim sem expectativa. Vim para estar na Índia. 

Resolvi que esse post vai ser escrito a cada dia, como um diário. 
Você poderá acompanhar algumas reflexões e experiências diariamente dessa minha viagem.

DIA 1 

Nossa viagem foi ótima. Bem diferente de vir do Brasil que é quase que atravessar o planeta e chegar aos farrapos de cansaço e ainda ter que lidar com a diferença de fuso horário. Vir da Korea (onde moro) é fácil, além de perto. Voamos até Singapore, e depois até Bangalore. 8 horas de viagem ao todo. Tranquilo, e o fuso é apenas 3:30h de diferente, não chega a causar estragos.
aeroporto de Singapore

Chegar na Índia é sempre lindo. Ao sair do aeroporto você se deparará com uma imensidão de pessoas. A maioria está com plaquinhas com nomes das pessoas que vieram buscar, a outra parte está ali apenas para ver os turistas chegarem. Muito legal. 

Nosso hotel fica a 1h de Bangalore, numa região chamada Whitefield, onde estão localizadas grandes empresas de tecnologia, que proliferam na Índia. Isso é novo para mim. Sempre visitei cidades sagradas, agora estou conhecendo uma Índia jovem, que estudou e que trabalha com altíssima tecnologia e com gente do mundo inteiro. No caminho passamos por incontáveis condomínios de casas no estilo americano, e de edifícios altíssimos, condomínios de luxo que crescem para atender a uma população que migra por conta do trabalho. Uma Índia que cresce numa velocidade que dá inveja a nós, brasileiros.

nosso hotel

Funcionário do hotel














O nosso motorista era uma fofo, a metade do que ele falava, nós não entendíamos, é preciso alguns dias pra estar acostumado com o sotaque deles. Tivemos crises de riso, eu perguntava pra Judson se ele tinha entendido alguma coisa, ele dizia que não. Riamos. Eles adoram puxar papo, nisso, nós baianos nos sentimos em casa. Ele veio nos contando sobre sua família, tem duas filhas (12 e 16 anos), sabe que precisa trabalhar muito por que em dois anos ele terá que organizar o casamento da mais velha, e como pai da noiva, ele terá que pagar dote. Pergunto se ele já escolheu o noivo, ele diz que ainda não. Conta como algumas pessoas preferem abortar quando descobrem que o bebê será meninas, mas que ele sempre achou que o planejamento divino está a cima de todas as coisas. Pergunta nossa religião, ao saber que não temos, ele conta que é Hinduísta e que frequenta um templo com toda família. 

Decidi que esse primeiro dia seria de descanso, fui ao Spa do hotel. Vir a Índia e não fazer uma massagem, é uma bobeira. Eles são ótimos. Valem cada centavo de Rúpias. Acho que frequentarei o Spa do hotel mais do que imaginei. O hotel é um show de modernidade. Atendimento que não perde pra lugar nenhum na Europa ou EUA, que eu tenha ido. Funcionários super bem treinados, e com a simpatia que só um indiano (além dos baianos rsrs), tem. 
Frutas!!! Na Korea não temos muitas frutas!

Saímos para dar uma volta a pé. Hoje marido não trabalhou. A cidade é grande, empresas conhecidas de tecnologia e informática para todo lado. Reconhecemos funcionários com seus crachás nas ruas. Jovens indianos que são muito bons no que fazem, e por isso atraem cada vez mais empresas do mundo todo. Muitas mulheres vestidas no estilo ocidental, mas muitas mantém seus saris e punjabs típicos. Roupas coloridas que encantam. 



Ao lado do hotel um Mall com lojas que vão de marcas como Benetton, MAC, Clinique, Tommy Hilfiger, Ralph Lauren com seus produtos vendidos em todo mundo, a lojas que vendem saris e roupas indianas luxuosas. Essa Índia que conheço aqui, é um mix da modernidade com a tradição. 
roupas tradicionais
Os tradicionais tuc-tucs continuam nas ruas, mas ao lado de carros caros. 
Tuc-Tuc
Ao lado do nosso hotel, tem um hospital enorme. Soube que o atendimento é de graça para aqueles que não podem pagar. Fico encantada. 
Satya Sai Hospital


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