sexta-feira, 25 de abril de 2014

CONTAGEM REGRESSIVA, ou MAIS UMA DESPEDIDA...


Mais uma vez estou de mudança. Para os que me acompanham por este blog, estou bem atrasada nas informações. Deixei a Korea, onde vivi por dois anos e estou no Brasil há 5 meses, esperando meu visto para encontrar o meu amor que agora está na Arábia Saudita. Isso mesmo, meu marido já está lá, e eu estou indo morar uma parte do ano nesse país, ao lado dele.   


 Quando as pessoas sabem que irei pra lá, perguntam logo se terei que usar burca. Bom, terei que usar uma abaya, que é uma roupa preta que cobre todo o corpo, mas não cobre o rosto, nem cabelos. Perguntam também se estou incomodada com isso, respondo que não. As diferenças culturais não me incomodam. Vestir uma roupa diferente do que estou acostumada, não me incomodará. Assim como, comidas diferentes, sons diferentes, cheiros diferentes e idiomas diferentes não me incomodam. Na verdade, gosto muito de experimentar essas diferenças. Morar em outros países com culturas tão diferentes, me diverte.

Ficar longe de Judson por muito tempo só não tem sido um esforço imenso, porque estou em minha casa e com meu trabalho. Voltar a atender no consultório, dar aulas de yoga e estar no Espaço Mahatma Gandhi, alimentam uma parte importante do meu ser. Sou psicóloga e amo ser. Amo meu trabalho e isso me alimenta na minha essência. 

Então, tenho me dado conta de que minha vida, assim será por algum tempo ( não sei quanto ). Terei que buscar uma sensação de completude, mesmo na falta. Quando estiver com meu amor, não terei meu trabalho, e vice-versa. Tenho experimentado esse contentamento mesmo na falta de algo, e tenho conseguido, e com grande satisfação. Posso estar completa, na falta (essa não é a única forma de completude possível?). 

Nesse momento a única coisa que quero, é estar ao lado dele. Isso é uma certeza. Quero estar com ele o mais rápido que for possível. Nunca ficamos tanto tempo afastados um do outro, e a saudade é imensa. Em uma semana estarei deixando Salvador em direção aos EUA, onde verei meu filho e minha nora, para em seguida voar para a Turquia onde passarei uns dias com ele, antes de entrar na Arábia. 


Tenho poucas certezas na vida. Felizmente com a idade, fui desconstruindo a maioria das certezas que a arrogância da juventude construiu, mas entre as que restaram, uma é : Não posso ficar longe do meu amor por muito tempo.

Ele é meu amor, meu amigo e a pessoa com quem quero envelhecer. Nos alimentamos fisicamente, emocionalmente e espiritualmente, um do outro. Interagimos com amor, desejo, paixão e companheirismo. Ficar sem ele, é ficar sem uma parte de mim mesma…. então, estou de partida….me aguardem, volto em breve!